terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Bombardeio de Salvador

Passando rapidamente para resgatar de um post curto de facebook de quatro anos atrás: o ultimato em 10 de janeiro de 1912 do Presidente da República, Hermes da Fonseca, à presidência da Assembléia Legislativa da Bahia, que resultaria, dois dias depois, no bombardeio por forças federais à cidade de Salvador.

Para assegurar a autonomia do estado sobre a eleição do seu governador, os conservadores aliados de Ruy Barbosa determinaram a mudança da capital baiana para Jequié, uma cidade à época atrasada, sem estradas pavimentadas nem telégrafo, impedindo uma ação rápida do governo federal para impedir qualquer decisão tomada dali para frente. O ato foi contestado na Justiça Federal, que determinou que o presidente tomasse providências para assegurar a legalidade do processo político (o que significava que Hermes da Fonseca teria carta branca para prosseguir com a sua política de apoiar a eleição ou nomear governadores aliados, como J.J. Seabra, seu ministro de Viação e Obras Públicas e favorito ao cargo). 

Aurélio Viana, presidente da assembléia e governador em exercício, ordenou que a polícia tomasse os edifícios públicos para impor resistência ao governo federal. Então o comandante da 7a. Região Militar recebeu ordens para agir com rigor e fazer cumprir a decisão judicial. Viana ignorou um ultimato, e no dia 12/01/1912, os canhões dos fortes ao largo do litoral de Salvador dispararam contra a cidade, destruindo a sede do governo, da polícia militar, a biblioteca municipal (e seus 30 mil volumes), e causando grandes incêndios. Soldados do exército combateram nas ruas e praças soldados do batalhão de artilharia da PM e civis armados. Morreram tantos civis que semanas depois os corpos levados pelo mar ainda apareciam nas praias da Baía de Salvador e arredores.


Neste vídeo, um pouco mais sobre o episódio:

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